sábado, 16 de fevereiro de 2008

Pombos incomoda moradores de Londrina

A população de Londrina, no Norte do Paraná, não deve se livrar tão cedo do problema de superpopulação de pombos na cidade. São mais de 200 mil dessas aves que habitam no município. Como mostrou o telejornal Bom Dia Paraná desta sexta-feira (15), o problema foi novamente discutido em um seminário, mas os especialistas em saúde pública e meio ambiente que estiveram presentes ainda não conseguiram encontrar soluções.
Segundo a reportagem, não surgiram novas propostas, mas uma delas foi bastante criticada: o abate dos pombos. A medida é considerada ineficaz pelo alto custo e difícil execução, segundo Maria Luisa de Noronha, do Instituto de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro. "Na verdade, só abre a porta para entrada de outros no mesmo nicho", afirmou.

Há várias doenças que podem ser causadas pelos pombos como:
criptococose
– muitas vezes confundida com meningite, trata-se de uma micose que pode atingir o organismo humano pois caracteriza-se por uma inflamação no cérebro. Os sintomas são dor de cabeça, rigidez na nuca, tontura e comprometimento ósseo, ocular e pulmonar
histoplasmose - provocada por fungos e pode causar pneumonia, febre, ínguas, ulcerações pelo corpo, anemia e sintomas semelhantes com os da gripe
salmonelose - transmitida geralmente através de alimentos contaminados, é causada por bactérias do gênero Salmonella sp. Causa náuseas, diarréia, dores de cabeça, cólicas abdominais e febre. Pode levar à morte por forte quadro de desidratação
ornitose - característica de aves, pode infectar o homem através do contato com excreções e secreções das aves, ocasionando desde uma simples alergia respiratória até uma grave broncopneumonia

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) também pediu cautela em relação a medidas mais radicais, alegando que, apesar de incomodarem, estas aves não chegam a ser um problema de saúde pública। "É preciso de grandes estudos ambientais, estudos de urbanismo. Por enquanto, não podemos dizer em que grau isso compromete a saúde dos humanos", avaliou Vera Drehmer, superintendente de vigilância da Sesa.

Na falta de uma solução definitiva, o principal consenso é a necessidade de reeducar a população. Uma das orientações é evitar alimentar pombos em ruas e praças. "Alimentar os pombos trás muitos problemas para as pessoas, para a cidade e para os próprios pombos", explica Carla Molento, professora de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR).