CMC e Concidade
duelam por representatividade
O primeiro foi criado pela lei geral do
novo Plano Diretor, mas apenas o segundo, fundado por decreto, atende às
exigências do Ministério das Cidades; prefeito sinalizou pela manutenção dos
dois
21/07/2014 | 00:10Fábio Silveira
A convocação feita pela Prefeitura, pelo Instituto
de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul) e pelo Conselho Municipal
da Cidade (CMC) para a 3ª Conferência Municipal de Planejamento Urbano, a fim
de determinar a nova composição do CMC, em 26 de julho, aprofundou uma crise de
representação que começou em 2009, depois da aprovação do novo Plano Diretor.
A convocação contraria uma decisão
tomada na 2º Conferência Municipal de Planejamento Urbano, que definiu a atual
composição do CMC. Um dos artigos aprovados definia que o mandato era
temporário e que duraria até que fosse realizada uma conferência para definir a
composição do Conselho da Cidade (Concidade). Esta conferência aconteceu em
julho do ano passado, com a presença do prefeito Alexandre Kireeff (PSD) e a
posse deveria ter ocorrido em fevereiro. Não aconteceu. E o CMC, pelo visto,
continuará com as atividades.
De acordo com Kireeff, o Concidade não
foi empossado porque foi criado por decreto, o que não daria segurança jurídica
aos próprios atos. “Fui surpreendido por esse imbróglio jurídico. A leitura da
Procuradoria-Geral do Município (PGM) é de que jamais o Concidade poderia ter
sido criado por decreto, somente por lei”, justificou.
A dualidade de conselhos que
representam a cidade começou em 2009, um ano depois da aprovação da lei geral
do Plano Diretor. No artigo 60, o texto cria o CMC. Em novembro do mesmo ano
foi realizada a 1ª Conferência Municipal de Planejamento Urbano, que elegeu a
primeira composição do CMC.
O ConCidades estadual questionou a
composição do CMC, que não estaria de acordo com o perfil exigido pelo
Ministério das Cidades, que é de 40% de representação do poder público e 60% da
sociedade. A reação da administração municipal foi realizar uma conferência
para criar o Concidade, dentro dos parâmetros do ministério, o que gerou a
duplicidade.
Continuidade
Apesar de as conferências realizadas
posteriormente pelos dois conselhos terem sinalizado com a unificação, a saída
a ser encaminhada pela atual gestão é a de perpetuar a duplicidade.
O prefeito disse que
vai encaminhar um projeto de lei para a Câmara Municipal criando o Concidade,
que funcionaria com funções distintas do CMC. Este permaneceria com tarefas
como a análise dos Estudos de Impacto de Vizinhança (EIVs). O Concidade discutiria
as políticas de planejamento urbano de forma geral. “Estou mandando para a
Câmara, mas temos de debater o projeto.”
De acordo com o Ministério das Cidades, porém, o EIV deveria ser uma atribuição do Concidade.
De acordo com o Ministério das Cidades, porém, o EIV deveria ser uma atribuição do Concidade.
Outro lado
Francesca Amaral, uma das eleitas para
compor o Concidade, defendeu que o CMC seja extinto assim que o outro conselho
seja empossado, obedecendo ao dispositivo na conferência que elegeu os atuais
membros do CMC. “O Concidade está nos moldes do Ministério da Cidade, o CMC
não”, argumentou.
Ela disse ainda que, caso o Concidade
não seja empossado, o Município corre o risco de perder recursos federais.
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